Jardim do Pecado

JARDIM DO PECADO

“Garden of Evil” (1954, EUA), de Henry Hathaway. Com Gary Cooper, Susan Hayward, Richard Widmark, Hugh Marlowe, Cameron Mitchell, Rita Moreno e Víctor Manuel Mendoza.
Ao assistir a um filme de Henry Hathaway não se deve esperar uma obra-prima, mesmo que em uma longuíssima carreira ela pode ter nascido em algum ponto. O que se poderia (e deveria) esperar era um filme bem feito, que nas mãos de um diretor menos talentoso, seria uma bomba, mas nos filmes dele eram ao menos interessantes e regulares e ocasionalmente bons.
Por isso talvez seja fácil constatar tamanhas falhas em “Jardim do Pecado”, trabalho seu de 1954 com um elenco cheio de estrelas: Gary Cooper, Susan Hayward, Richard Widmark, Hugh Marlowe e Rita Moreno, em uma ponta. Para se ter uma idéia a personagem melhor construída aparece por poucas cenas, deixando uma falsa promessa de uma relação com as outras personagens, que poderia ter salvo o filme.
Cooper interpreta Hooker, um cara misterioso, mas aparentemente justo, que lidera junto com o jogador profissional de cartas Fiske (Widmark) e o jovem e temperamental Luke Daly (Cameron Mitchell), americanos obrigados a passar alguns dias numa cidade mexicana, que aceitam uma alta recompensa, junto com o mexicano Vicente (Víctor Manuel Mendoza) para seguirem Leah Fuller, personagem de Hayward, cujo marido está preso numa mina de ouro.
Não pense que nenhum dos quatro é bondoso, e tem como principal preocupação a saúde do Sr. Fuller. O que eles mais querem mesmo é a possibilidade de ouro fácil, justamente, o que esperava no destino original das personagens, a Califórnia. Mas um acidente de navio os forçou a descerem a bordo mais cedo que o esperado, algo que iria mudar a vida de todos.
Cooper está bem como sempre, e junto com Marlowe são os destaques do filme. Hayward, apesar de competente, não sabe para onde levar a sua personagem, que com certeza seria muito mais atraente, e interessante se seguisse pelo caminho de uma femme fatale, o que chega a ser implícito em algumas cenas, mas sempre o roteiro fraco de Frank Fenton, faz ela voltar atrás e mostrar sinais de ser uma boazinha.
Widmark por sua vez, é um desperdício, deixando a sua personagem bastante unidimensional, e Mitchell consegue fazer um trabalho ainda pior. O filme, feito originalmente em Cinemascope perde muito do seu brilho na telinha, e a fotografia muda bastante de tom, ora escura, ora mais clara, mas em alguns momentos, como na cena final, está estonteante.

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