Cinema Mon Amour

Saturday, August 19, 2006

Jardim do Pecado



JARDIM DO PECADO

“Garden of Evil” (1954, EUA), de Henry Hathaway. Com Gary Cooper, Susan Hayward, Richard Widmark, Hugh Marlowe, Cameron Mitchell, Rita Moreno e Víctor Manuel Mendoza.

Ao assistir a um filme de Henry Hathaway não se deve esperar uma obra-prima, mesmo que em uma longuíssima carreira ela pode ter nascido em algum ponto. O que se poderia (e deveria) esperar era um filme bem feito, que nas mãos de um diretor menos talentoso, seria uma bomba, mas nos filmes dele eram ao menos interessantes e regulares e ocasionalmente bons.

Por isso talvez seja fácil constatar tamanhas falhas em “Jardim do Pecado”, trabalho seu de 1954 com um elenco cheio de estrelas: Gary Cooper, Susan Hayward, Richard Widmark, Hugh Marlowe e Rita Moreno, em uma ponta. Para se ter uma idéia a personagem melhor construída aparece por poucas cenas, deixando uma falsa promessa de uma relação com as outras personagens, que poderia ter salvo o filme.

Cooper interpreta Hooker, um cara misterioso, mas aparentemente justo, que lidera junto com o jogador profissional de cartas Fiske (Widmark) e o jovem e temperamental Luke Daly (Cameron Mitchell), americanos obrigados a passar alguns dias numa cidade mexicana, que aceitam uma alta recompensa, junto com o mexicano Vicente (Víctor Manuel Mendoza) para seguirem Leah Fuller, personagem de Hayward, cujo marido está preso numa mina de ouro.

Não pense que nenhum dos quatro é bondoso, e tem como principal preocupação a saúde do Sr. Fuller. O que eles mais querem mesmo é a possibilidade de ouro fácil, justamente, o que esperava no destino original das personagens, a Califórnia. Mas um acidente de navio os forçou a descerem a bordo mais cedo que o esperado, algo que iria mudar a vida de todos.

Cooper está bem como sempre, e junto com Marlowe são os destaques do filme. Hayward, apesar de competente, não sabe para onde levar a sua personagem, que com certeza seria muito mais atraente, e interessante se seguisse pelo caminho de uma femme fatale, o que chega a ser implícito em algumas cenas, mas sempre o roteiro fraco de Frank Fenton, faz ela voltar atrás e mostrar sinais de ser uma boazinha.

Widmark por sua vez, é um desperdício, deixando a sua personagem bastante unidimensional, e Mitchell consegue fazer um trabalho ainda pior. O filme, feito originalmente em Cinemascope perde muito do seu brilho na telinha, e a fotografia muda bastante de tom, ora escura, ora mais clara, mas em alguns momentos, como na cena final, está estonteante.

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