Cinema Mon Amour

Sunday, August 20, 2006

Sentinela

(publicada na edição de hoje do jornal Folha da Manhã)



SENTINELA

"The Sentinel" (2006, EUA) de Clark Johnson. Com Michael Douglas, Kiefer Sutherland, Eva Longoria, Martin Donovan, Ritchie Coster, Kim Basinger e David Rasche.


Pela presença de Kiefer Sutherland, astro da série de ação revolucionária "24 Horas" e Michael Douglas, um ator mais sério que digamos, Harrison Ford, esperava-se que "Sentinela" ("The Sentinel", 2006, EUA) de Clark Johnson ia ser um competente filme de ação e na medida do possível inteligente, como era "O Fugitivo" e "Fogo Contra Fogo", de Michael Mann. Pois bem, não é. É a mesma fórmula de sempre, desgastada e aqui ainda quase paralítica, já que a ação só começa no final do segundo ato.

Aqui, Douglas, interpreta o homem responsável pela segurança da primeira-dama dos Estados Unidos, vivida por Kim Basinger. Mulherengo, já viu transformar seu melhor amigo (Sutherland) em inimigo quando pulou a cerca com a mulher dele. Desta vez, sua conquista foi a esposa do homem mais poderoso do mundo.

Como em todo filme ruim (ou neste caso, regular) fica a impressão de que se tomasse outro caminho, poderia ser ao menos interessante. Aqui, ao invés de uma ação boba e repetida pela centésima vez, seria mais adequado discutir os problemas que teria esse caso, não somente ético e moral, mas principalmente político.

Mas o perigo é que assim, o público-alvo seria completamente diferente. Dane-se a qualidade e louvemos a bilheteria. O problema (para os produtores) é que o público mudou e quer ver novidades. A prova disso foi o pífio lucro deste filme nos Estados Unidos, não passando números de US$ 36 milhões - números baixíssimos, considerando a presença de quatro grandes estrelas na produção (a outra é Eva Longoria do melhor e mais popular seriado do momento, "Desperate Housewives").

A montagem é problemática, usando e abusando de flashes para revelar que entre várias ameaças para assassinar o presidente dos EUA, uma parece ser séria e com fundamento. Um funcionário do Serviço Secreto está envolvido, e isso é aparentemente importante, já que, (oficialmente) seria um feito inédito.

A personagem de Douglas consegue com seu informante, pistas sobre a identidade deste vilão (para alguns, é claro). Mas era tudo na verdade um complô para incriminar Douglas, e quem cai nessa é Sutherland, encarregado de investigar todo este mistério, ao lado da policial novata de Longoria.

O problema é que é muito lengalenga e quando chega na hora que interessa de verdade, já está perto dos créditos finais. Assim, o final é muito mal resolvido, e decepciona àqueles que até estavam gostando do filme. E aliás, sabe quantos anos Michael Douglas tem? 61. Até quando esses sexagenários vão ficar correndo que nem gente de vinte e poucos anos? Afinal, ninguém mais agüenta.

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