Cinema Mon Amour

Thursday, October 19, 2006

Deu a Louca na Chapeuzinho



DEU A LOUCA NA CHAPEUZINHO

“Hoodwinked!” (2006, EUA) de Cory Edwards. Com vozes de Anne Hathaway, Glenn Close, James Belushi, Patrick Warburton, Anthony Anderson, David Ogden Stiers, Xzibit, Chazz Palminteri, Andy Dick, Cory Edwards, Benjy Gaither, Ken Marino, Tom Kenny.

Shrek é tido como modelo de um novo estilo do cinema de animação, irreverente, debochado e que satiriza todo o modelo clássico de desenho animado feito durante décadas pelos estúdios Disney. Pois bem, ironia do destino, Shrek também virou modelo de uma série de animações que vieram na sua cola, tentando angariar um público ávido por piadas de mau gosto (no bom sentido), e que quer se divertir no cinema a custa daqueles filmes politicamente corretos.

Nestes primeiros cinco anos, coisa boa não veio aos cinemas, e sempre os filmes eram imitações pálidas e sem nenhuma graça. Talvez pelo fracasso generalizado deste sub-gênero, chegou de mansinho sem nenhum alarde Deu a Louca na Chapeuzinho, um dos filmes mais engraçados do ano, e pasmem: É bem melhor que Shrek.

A história se dá depois do final do conto original, quando Chapeuzinho chega na casa da avó, encontra o lobo na cama dela, ela amarrada no armário e o lenhador sai entrando na casa. Uma investigação policial é feita e algumas dúvidas surgem: Será que Chapeuzinho é tão inocente quanto parece? Será que o Lobo realmente queria comer a menina e amarrou a sua doce avó no armário? Será que a avó é realmente tão pacata e não esconde segredos? E finalmente, será que o Lenhador é realmente um herói que entrou na casa disposto a salvar a família?

A partir daí entram várias outras personagens, como um bando de policiais ursos, um esquilo fotógrafo, um coelho, um grupo de esquiadores europeus, um sapo delegado e o melhor de todos, um bode que por causa de um feitiço só fala cantando e rouba todas as cenas em que aparece. A cena em que Chapeuzinho tenta pedir ajuda com ele cantando é hilária e uma das melhores do ano.

Apesar de um tropeço aqui e outro ali, o povo da continuidade se esforçou já que todas as quatro histórias tem pontos de cruzamento e uma ação de uma influencia na outra. Mesmo que a resolução do mistério não seja lá uma grande surpresa (principalmente se você assistir na versão com som original), não é mau cuidado e não atrapalha o filme de maneira alguma.

Algumas piadas são excelentes, principalmente do Lobo, como a menção aos Três Porquinhos, e a sátira aos críticos de cinema. Os números musicais são muito bem feitos (pelo menos as músicas nas versões brasileiras), assim como se percebe que há um cuidado técnico grande. OK, o filme não é nenhuma maravilha técnica, mas o roteiro afiado compensa por tudo isso.

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