Cinema Mon Amour

Saturday, October 07, 2006

Um Lugar na Platéia



UM LUGAR NA PLATÉIA

“Fauteuils d’orchestre” (2006, FRA) de Danièle Thompson. Com Cécile De France, Valérie Lemercier, Albert Dupontel, Laura Morante, Claude Brasseur, Christopher Thompson, Dani, Annelise Hesme, François Rollin, Sydney Pollack.


A produção cinematográfica na França é bem extensa. Tem aqueles filmes de certa maneira incompreensíveis, os que tentam ser artísticos mas são lixo, os que tentam ser artísticos e são obras-primas, aqueles pequenos centrados nas vidas de personagens do interior, os de diretores de renome que geralmente contam histórias fortes, e também, não mais nem menos importante, os filmes “bonitinhos”, que são facilmente exportados, com uma atriz “bonitinha”, uma fotografia limpa e pelo menos dois romances. Quanto mais melhor na verdade.

Não é a toa que esses filmes fazem sucesso nos Estados Unidos, e por vezes ganham eles a responsabilidade de representar o amplo cinema francês entre o público ianque, ávido por um filme “bonitinho” para sair do cinema alegre e ainda satisfeito com a importância intelectual de ter visto um filme legendado e “inteligente”. E não é surpresa que estes filmes são os escolhidos para o Oscar.

Você, com certeza já viu um. Provavelmente O Fabuloso Destino de Amelie Poulin. Mas outros foram feitos também e adivinha? Indicados ao Oscar. O Gosto dos Outros, Feliz Natal, e a lista poderia ser muito maior. Um Lugar na Platéia é tudo isso, e por isso um dos favoritos para ganhar uma indicação ao Oscar, em detrimento de trabalhos muito mais importantes como Quando eu Era Cantor ou Um Casal Perfeito.

O filme se centra na história de Jessica, uma adolescente que cuida de sua avó e consegue um emprego como garçonete num dos bares mais badalados de Paris. A partir dela, conhecemos outras personagens, como um pianista, casado com uma esnobe, e que quer mudar de vida e levar sua música não para a elite, mas sim para a população em geral; Uma atriz, estrela de uma novela, mas que quer desesperadamente um papel num filme; e um outro homem que acaba se envolvendo um triângulo amoroso com a namorada do seu pai.

Tudo feito de maneira leve, uma fórmula fácil para conquistar a platéia. O filme, claro, só funciona porque tem lá seu encanto, mas nunca se propõe realmente a estudar suas personagens e tentar entrar nos sentimentos delas. O final feliz é o destino, mas infelizmente nos cinemas, os meios importam e muito.

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