Festival do Rio - Filmes de Jodorowsky

FANDO Y LIS

"Fando y Lis" (1968, MEX) de Alejandro Jodorowsky. Com Sergio Kleiner, Diana Mariscal, María Teresa Rivas, Tamara Garina, Juan José Arreola, Rene Rebetez, Amparo Villegas, Miguel Álvarez Acosta, Valerie Jodorowsky, Graciela R. de Mariscal.
Bizarro e surreal, Fando y Lis, tem muitas relações com Fome do Amor, de Nelson Pereira dos Santos, tanto na história, mas principalmente na estética. Se um filme fosse feito bem antes do outro, poderia-se dizer, que foi uma clara inspiração. Assim como o brasileiro, este filme não funciona como um longa, não conseguindo manter uma idéia clara por mais de cinco minutos e achando que simplesmente por apresentar personagens bizarros em situações estranhas, já é genial. Algumas seqüências empolgam, como a do cantor de jazz logo no começo, mas depois o filme se perde completamente, e só se salva a atuação de Diana Mariscal e a belíssima fotografia em preto e branco de Rafael Corkidi e Antonio Reynoso.
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EL TOPO

“El Topo” (1970, MEX), de Alejandro Jodorowsky. Com Alejandro Jodorowsky, Brontis Jodorowsky, José Legarreta, Alfonso Arau, Mara Lorenzio, David Silva, Ignacio Martínez España, Eliseo Gardea Saucedo, Paula Romo, Robert John, Julián de Meriche.
OK, vocês podem dizer que El Topo, um dos filmes mais importantes na carreira do cineasta mexicano é cheio de simbolismos, e no fundo, no fundo é brilhante. Mas será mesmo? Eu duvido. Para mim, todos os simbolismos escondem na verdade um roteiro sem conteúdo, e personagens sem destino, vagando pelo filme, assim como eles vagam no filme. Existe um limite, uma linha tênue que permite todos simbolismos e eventos não-lineares desde que eles contribuam para o bem do filme como todo, e aqui não existe nada disso, só uma seqüência de cena estranha atrás de cena estranha, para “chocar” o público e criar alguma simpatia. Estou tentando lembrar alguma coisa boa sobre ele, mas não consigo de jeito nenhum. Claramente, não é um bom sinal.
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A MONTANHA SAGRADA

“The Holy Mountain” (1973, MEX/EUA) de Alejandro Jodorowsky. Com Alejandro Jodorowsky, Horácio Salinas, Zamira Saunders, Juan Ferrara, Adriana Page, Burt Kleiner, Valerie Jodorowsky, Nicky Nichols, Richard Rutowski, Luis Loveli, Ana De Sade.
Brilhante alegoria visual de Jodorowsky, com dois filmes praticamente distintos, um no início muito interessante, mesmo que bem solto em termos de narrativa e sem diálogos. Depois de uma reviravolta, temos a jornada que se passa na segunda metade, beirando o genial, um forte estudo sobre as ambições humanas e a relação entre indivíduo e coletividade. Responsável pela direção, roteiro, papel principal, trilha, montagem, direção de arte e figurino, entre outras coisas, Jodorowsky consegue fazer um trabalho coeso, mesmo lidando com pontas soltas que vão se juntando. A cena final, com a revelação do grande segredo, denuncia ainda mais o caráter fílmico. Brilhante, serve como um baque para a platéia, além de corroborar tudo aquilo que tinha sido dito nas quase duas horas de projeção.
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