Festival do Rio - Premiados em Cannes 2006

PALMA DE OURO
THE WIND THAT SHAKES THE BARLEY

"The Wind that Shakes the Barley" (2006, ALE/ITA/ESP/FRA/IRL/RUN), de Ken Loach. Com Cillian Murphy, Padraic Delaney, Liam Cunningham, Gerard Kearney, William Ruane, Kieran Aherne, Roger Allam, Laurence Barry, Sabrina Barry, Frank Bourke.
Ken Loach, nunca chegou perto de ser um dos meus diretores favoritos. Na minha visão ele sempre politizava demais seus filmes, e quando o tema se sobrepõe a história, coisa boa não pode vir. Aqui surpreendentemente, ele mantem um pleno domínio da narrativa, e usa competentemente um artifício já manjado: A divisão entre dois irmãos, refletindo a divisão que vivia a Irlanda. Todo o elenco funciona em plena harmonia, em especial Murphy e Delaney e as cenas em que os dois contracenam são de longe as melhores. A fotografia captura bem o clima da época e do local, assim como a trilha sonora, mesmo sendo meio manjada. Não é o melhor filme exibido em Cannes, mas também não desmereceu a Palma de Ouro.
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GRANDE PRÊMIO DO JURI

FLANDRES

“Flandres” (2006, FRA) de Bruno Dumont. Com Samuel Boidin, Adélaïde Leroux, Henri Cretel, Jean-Marie Bruveart, David Poulain, Patrice Venant, David Legay, Inge Decaesteker.
O filme que todos amam odiar nesta edição do Festival. Mas não chega a ser tão ruim, com a primeira parte se destacando acima do resto do filme, ao descrever a preparação de moradores de uma vila francesa antes de ir para a guerra. Sem um tom moderno, mas também sem uma aura antiga, a época é irrelevante, assim como qual guerra é. Guerra é guerra, não importa o inimigo, nem o cenário. Tendo em mente isso, o filme consegue andar com segurança, mas erra profundamente ao entrar na questão da namorada, e fazer um paralelo com aqueles lutando na guerra e os lutando fora da guerra. O filme cai bastante a partir daí, mas não se estraga por completo.
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PRÊMIO DO JÚRI

RED ROAD

“Red Road” (2006, RUN/DIN) de Andrea Arnold. Com Kate Dickie, Tony Curran, Martin Compston, Nathalie Press, Andrew Armour, Paul Higgins.
Era um filme muito promissor nos seus primeiros quinze minutos, quando testemunhamos a rotina de Jackie, que trabalha como operadora de câmeras de vigilância. Mas no momento em que ela encontra Clyde e parte para uma vingança pessoal, todo o mérito se esgota. A diretora, em seu longa de estréia parece ter perdido o controle do longa, mas conseguiu enganar em Cannes, quando levou o prêmio do júri. O filme soa artificial, e Dickie não consegue salvar um roteiro raso, e que não permite ao espectador entrar na história e sim o força, sem permitir perguntas. No final, parece que vai melhorar, mas é puro engano. Chega a piorar. Decepção completa, com uma fotografia horrível, em demasiados tons vermelhos.
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DIREÇÃO E PRÊMIO TÉCNICO (MONTAGEM)

BABEL

"Babel" (2006, EUA) de Alejandro González Iñárritu. Com Brad Pitt, Cate Blanchett, Gael Garcia Bernal, Koji Yakusho, Adriana Barraza, Rinko Kikuchi, Said Tarchani, Boubker Ait El Caid, Elle Fanning, Nathan Gamble, Mohamed Akhzam, Peter Wight, Abdelkader Bara, Mustapha Rachidi, Driss Roukhe, Clifton Collins Jr., Robert Esquivel, Michael Pena, Yuko Murata, Satoshi Nikaido.
Depois de realizar um grande filme, 21 Gramas, que o projetou definitivamente no cenário internacional, Iñárritu alcança aqui sua glória, sendo já posto na condição de favorito para levar o Oscar de direção. Calma lá, né? Babel é bom, mas nada muito demais. As quatro histórias não se juntam, apenas acontecem por causa de um mesmo acontecimento (o tiro de um menino), que interfere de forma direta ou indireta a vida das personagens. As melhores atuações ficam por conta de Adriana Barraza, como a babá mexicana e Rinko Kikuchi, como a garota japonesa. Pitt, Blanchett e Bernal que encabeçam o elenco para propósitos promocionais não fazem muita coisa, em papeis pequenos. A parte protagonizada por Pitt e Blanchett é a menos interessante, se contrapondo com a melhor, a da família marroquina. Na parte técnica, a montagem de Douglas Crise e Stephen Mirrione é eficiente, juntando eventos que se passam em dias diferentes como uma única parte, os destaques vão para a trilha de Santaolalla e principalmente a fotografia de Rodrigo Prieto, que consegue criar ambientes completamente diferentes, incluíndo aí na parte mais difícil, dois desertos, mas que nunca soam parecidos.
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ATOR

DIAS DE GLÓRIA

"Indigènes" (2006, FRA/MAR/ALG/BEL), de Rachid Bouchareb. Com Jamel Debbouze, Samy Naceri, Roschdy Zem, Sami Bouajila, Bernard Blancan, Mathieu Simonet, Benoît Giros, Antoine Chappey, Assaad Bouab, Aurélie Eltvedt, Thibault de Montalembert.
Um ótimo filme de guerra, que levou o prêmio de melhor ator no Festival de Cannes, para o elenco masculino principal. O ponto de vista aqui é dos argelinos que lutaram contra o eixo pelo exército francês, mas para quem o lema Igualdade, Fraternidade e Liberdade não valia. Foi uma opção correta maneirar em dramas pessoais e se focar principalmente na relação entre os soldados, o que já vale muito. As cenas de batalhas são cruéis, reais, barulhentas e viscerais, justamente como na sequencia de abertura de O Resgate de Soldado Ryan.
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Atriz, Roteiro = Volver
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