PARIS, EU TE AMO

PARIS, EU TE AMO

“Paris, je t’aime” (2006, LIE/SUI/ALE/FRA).
De: (1) Bruno Podalydès, (2) Gurinder Chadha; (3) Gus Van Sant; (4) Ethan Coen, Joel Coen; (5) Walter Salles, Daniela Thomas; (6) Christopher Doyle; (7) Isabel Coixet; (8) Nobuhiro Suwa; (9) Sylvain Chomet; (10) Alfonso Cuarón; (11) Olivier Assayas; (12) Oliver Schmitz; (13) Richard LaGravenese; (14) Vincenzo Natali; (15) Wes Craven; (16) Tom Tykwer; (17) Frédéric Auburtin, Gérard Depardieu; (18) Alexander Payne; (transição) Emmanuel Benbihy.
Com: (1) Bruno Podalydès, Florence Muller; (2) Leïla Bekhti, Cyril Descours; (3) Elias McConnell, Gaspard Ulliel, Marianne Faithfull; (4) Julie Bataille, Steve Buscemi, Axel Kiener, Frankie Pain; (5) Catalina Sandino Moreno; (6) Barbet Schroeder, Li Xin; (7) Sergio Castellitto, Emilie Ohana, Miranda Richardson, Leonor Watling; (8) Juliette Binoche, Martin Combes, Willem Dafoe, Hippolyte Girardot; (9) Yolande Moreau, Paul Putner; (10) Sara Martins, Nick Nolte, Ludivine Sagnier; (11) Lionel Dray, Maggie Gyllenhaal, Joana Preiss; (12) Seydou Boro, Aïssa Maïga; (13) Fanny Ardant, Bob Hoskins; (14) Olga Kurylenko, Elijah Wood, Wes Craven; (15) Emily Mortimer, Rufus Sewell, Alexander Payne; (16) Melchior Beslon, Natalie Portman; (17) Ben Gazzara, Gena Rowlands, Gérard Depardieu; (18) Margo Martindale.
Um filme de episódios sempre dá medo, especialmente quando são 18 deles (seriam 20, mas dois foram cortados). Para surpresa geral, este aqui funciona perfeitamente, nunca perdendo o ritmo, e com episódios na maioria bons, algumas vezes ótimos e quando não funcionam, não são porque são ruins e somente um pouco chatos.
Desfilam pessoas de todos os tipos nas mais de duas horas de filme, sintetizando tudo que há de Paris, ali. São pessoas de raças diferentes, origens diferentes, com gostos diferentes e sempre alguma peculiaridade. Foi acertado botar dividir os episódios por regiões da capital francesa, dando um ar de universalidade, e mostrando que o amor acontece em toda a cidade.
Se não existe um episódio que seja o ponto alto, há vários destaques. No episódio dirigido por Gurinder Chadha, o casal formado pelo menino bonzinho e a garota árabe dá uma mostra da diversidade religiosa que anda por Paris, enquanto Gus Van Sant apresenta um casal gay, e o segundo melhor roteiro da produção, só perdendo para o excelente texto escrito por Gena Rowlands para o penúltimo, episódio. Já Chomet nos mostra que Paris é a cidade aonde tudo vale, ao retratar o amor a primeira vista de dois mímicos.
O olhar de alguém de fora domina a maior parte do filme: Payne encerra mostrando como uma turista se apaixonou pela cidade, Schmidtz foca nos imigrantes nigerianos, Natali tem como um protagonista Elijah Wood que se apaixona por uma vampira parisiense. Payne tem uma segunda participação, desta vez como o intérprete de Oscar Wilde no episódio cômico e leve de Wes Craven, disparado uma das melhores partes, e Portman interpreta uma atriz americana que se apaixona por um cego, num dos episódios mais bem feitos.
Outra atriz americana na cidade das luzes protagonista o episódio de Assayas, que apresenta um cenário noturno, repleto de drogas e festas, mas também com lugar para paixão. Os irmãos Coen oferecem um ar cômico com o impagável Buscemi e provocam muitas risadas, com um toque especial oferecido pelo sorriso da Mona Lisa. Se na hora eu não gostei muito do dirigido pelos brasileiros Salles e Thomas, agora reconheço como um dos mais belos, protagonizado por Catalina Sandina Moreno, possuindo a melhor atuação de todo o longa, ao lado de Binoche, que oferece toda a alma que o episódio de Nobuhiro Suwa possui, ao representar uma mãe ainda sofrendo pela perda do filho.
Como pontos fracos, Cuarón pelo menos inova, filmando tudo em um único plano, LaGravenese arranca duas boas interpretações dos sempre confiáveis Hoskins e Ardant e Podalydès inicia o filme, escolha acertada, já que é o mais fraco de todos, não arriscando cair o ritmo durante o percurso e nem chega a ser ruim.
Já se fala em continuações, outros episódios, outros diretores outras cidades. Que venham, mas mantendo a qualidade deste aqui.
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