O Homem Pode Voar

O HOMEM PODE VOAR

(2006, BRA) de Nelson Hoineff.
“O Homem Pode Voar”, documentário que tem como objetivo nos apresentar a obra de Santos-Dumont, seria um ótimo programa de televisão, informativo e sem muito compromisso com a completa verdade, os dois lados da história. Ou seja, em poucas palavras, ao mesmo tempo que é educativo e didático, é redundante e simplista.
Não funciona cinematograficamente, mas ainda assim pode agradar a muitos brasileiros patriotas afoitos por sua história gloriosa, como foi comprovado na sessão a qual assisti ao filme, que mesmo quase vazia, houve uma tentativa de salva de aplausos durante os créditos finais.
E óbvio que a reação era ao aviador e inventor e não ao filme, muito pobre, mesmo que com imagens tão ricas. Este é o grande mérito dele, aliás, conseguir apresentar imagens raras de época, que mostram suas primeiras experiências, além de nos apresentar à Paris fervilhante do começo do século XX.
A montagem, parte essencial de um documentário, é pouco eficiente, não conectando as muitas imagens que aparecem na tela e ainda alongando algumas seqüências desnecessariamente mesmo com o filme contabilizando apenas 75 minutos de duração. A trilha, mesmo leve, nunca descansa, sendo muito forçada.
A sua principal qualidade é oferecer mais detalhes a vida de Dumont para o desinformado público brasileiro, enfocando tanto no lado pessoal, como profissional. Apesar disso, sempre cai no lugar comum, esbarrando sempre na mistificação dele, nunca mostrando algum aspecto negativo do homem, e deixando claro através dos depoimentos que ele “sempre fez questão de divulgar o Brasil lá fora”.
Mais do que uma biografia, parece uma colagem dos pontos positivos dele e evita causar desconforto, trabalhando em questões polêmicas, como a sua morte e a querela com os irmãos Wright pelo rótulo de “inventor do avião”, mesmo que esta seja mais uma briga diplomática entre o Brasil e os Estados Unidos.
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