Cinema Mon Amour

Tuesday, February 27, 2007

Pequena Miss Sunshine



PEQUENA MISS SUNSHINE


“Little Miss Sunshine” (2006, EUA) de Jonathan Dayton, Valerie Faris. Com Abigail Breslin, Greg Kinnear, Paul Dano, Alan Arkin, Toni Collette, Steve Carell.



Pequena Miss Sunshine é um filme bastante simpático e que consegue levar o espectador junto com sua história durante toda sua duração, desde a apresentação dos membros da família, com todas suas características peculiares, até o clímax, devido a um certo toque de graça que o filme possui e nunca abandonam. Mas enquanto os créditos finais rolam na tela, se percebe (isso se não foi percebido antes) que estávamos andando numa esteira: Tudo continuou no mesmo lugar.

Alguns podem até discordar, e usarão como argumento: "Mas a família se uniu, superou suas diferenças aproveitou a viagem para atravessar as barreiras". Mas isso fica claro desde o início, como numa fórmula bem manjada. O que esperávamos ao menos era que as personagens crescessem durante a trajetória até o concurso de moda que dá nome ao título do filme, mas não. Além de não acrescentar nada, todas as personagens que possuíam tremendo potencial no início da projeção, não são desenvolvidos. Se existe alguma razão para o filme cumprir o objetivo de entreter é o elenco, composto por alguns dos melhores nomes do chamado cinema independente americano.

O comediante Steve Carell, conhecido por O Virgem de 40 anos é quem tem a melhor personagem, como o cunhado/tio que mesmo apesar de algumas situações estranhas, é bem desenhado. Já pelo outro lado, a esposa de Toni Collette, é completamente deixada de lado, entrando e saindo completamente apagada, existindo apenas como a "cola" entre todos os membros da família, mas não descobrimos nada referente a ela, nenhuma motivação, nada que explique o modo como ela age.

No meio disso tudo, se encontram as outras. O marido, interpretado por Greg Kinnear começa forte, mas se perde durante a viagem, passando a somente servir como o motorista da van amarela. Alan Arkin fica preso por algumas piadas recorrentes como o avô que usa heroína, ou mudanças nada sutis de personalidade, fruto de uma indefinição de tom, culpa dos roteiristas e dos diretores. Paul Deno até tenta, mas não consegue extrair alguma coisa como o filho que adora Nietzsche e promete não falar até realizar seu sonho de entrar na Força Aérea Americana. E por fim, Abigail Breslin se destaca, e apesar de ser exagerada não seria injusta uma possível indicação ao Oscar.

O problema, de novo, não são os atores. Todos são bons, mas com personagens rasos não conseguem evoluir como poderiam. Uma grande pena já que o ritmo do filme é envolvente e a trilha e a montagem são eficientes. Mas faltou um pulso maior na condução das personagens pela mão inexperiente dos diretores estreantes. A cena da dança, tão elogiada, fica pálida em comparação a uma similar em Um Grande Garoto, bem mais emocionante e real. Uma pena e grande decepção o resultado final de Pequena Miss Sunshine já que poderia ter sido um grande filme. E honestamente, como amante do cinema e do cinema que Miss Sunshine prega, eu gostaria que fosse um grande filme. Mas está longe disso.

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