Cinema Mon Amour

Thursday, August 31, 2006

Cafuné



CAFUNÉ


(2006, BRA) de Bruno Vianna. Com Priscila Assum, Lúcio Andey, Carlos Mossy, Dilma Loés.


Seria adequado comparar o brasileiro “Cafuné” ao norte-americano “Bubble”, de Steven Sodebergh pelo seu modo completamente contemporâneo de se enxergar cinema. Enquanto o segundo foi lançado simultaneamente nos cinemas, nas locadoras e no formato pay-per-view, o fruto nacional chegou algumas semanas depois nos cinemas e também em versão para ver na internet, sendo antenado assim com a febre tecnológica, no Brasil, um retrato dos “tempos modernos” que a fita tenta dissecar.

Tenta, porque a faca nem passa da pele. Bruno Vianna não é nenhum Sodebergh, inviabilizando qualquer comparação possível. “Cafuné” tem sérios problemas de narrativa, uma montagem porca, além de situações que por vezes, são inverossímeis e muitas vezes, não aproveitadas como deveriam ser.

Se o elenco não derrapa, também tem momentos fraquíssimos, talvez fruto de uma mão inexperiente, que exagera alguns momentos que pedem calma. Algumas idéias de Vianna não funcionam, como toda a história do dublador, quando ele diz a falta de sincronia entre a visão e a audição, e mais profundamente, o que acontece e quando ouvimos. Se a mensagem é passada com facilidade, parece tudo caricato e forçado.

Um bom exemplo de escolha de foco errado é quando a interessante e promissora discussão envolvendo a amiga que tira fotos pornôs e vende depois como arte é deixada de lado para acompanharmos o drama do casal principal formado por uma moça de família rica e um rapaz, morador de favela, acompanhado por todos tipos de clichês que vemos nas novelas da Rede Globo. Nem o nascimento do filho deles, Natalino, emplaca a história.

Talvez Vianna tenha um bom futuro no cinema, mas o resultado final de sua estréia na direção não é satisfatório. Vê-se que ele tem um cuidado em filmar certas cenas, como se elas fossem as mais importantes de todo o filme. Ironicamente, elas são as que estão mais perdidas, funcionando apenas o trailer, criando momentos completamente fora de sincronia. Se ele focasse mais nas cenas realmente importantes, talvez o filme seria outro.

Monday, August 28, 2006

Trair e Coçar, É só Começar



TRAIR E COÇAR, É SÓ COMEÇAR



(2006, BRA) de Moacyr Góes. Com Adriana Esteves, Cássio Gabus Mendes, Otávio Muller, Bianca Byington, Mônica Martelli, Mário Schoemberger, Aílton Graça, Fabiana Karla, Márcia Cabrita, Thiago Fragoso.



A versão cinematográfica de “Trair e Coçar, É só Começar” parecia obrigatória nesta retomada do cinema brasileiro tendo-se em consideração que é a peça em mais tempo em cartaz no Brasil, desde 1986. Poderia render uma boa comédia de erros, cheia de encontros e desencontros, como fazia brilhantemente Shakespeare.

Mas que fique claro que Flávio de Souza e Marcos Caruso não têm 0,01% do talento do bardo inglês, muito menos Moacyr Góes. Se tivermos que apontar um culpado para o fracasso desta adaptação é ele, que é o maior realizador de bombas do cinema recente nacional. Constam de sua filmografia “Dom”, “Maria — Mãe do Filho de Deus”, “Um Show de Verão”, “Irmãos de Fé”, além de três filmes protagonizados pela rainha dos baixinhos. Parece o Billy Wilder ou Ingmar Bergman do mundo bizarro. Se quase todos filmes destes dois são obras-primas, quase todos de Góes são horrorosos.

“Trair e Coçar” não chega a este nível, mas todo potencial de seu texto é minado pela direção folgada. Todo mundo que insiste em chamar “Dogville” de teatro filmado (e eu já fui um deles), deve ir ao cinema e conferir este filme. Sem nenhum senso de cinema, o único trabalho do diretor parece ter sido colocar sua câmera perto de um palco e realizar algumas cenas externas para nos lembrar de que se trata de um filme.

Mas não se enganem: É puro teatro. As cenas são mal realizadas, em uma linguagem completamente teatral, adequada aos palcos, mas não às salas de cinema. Prova disso é que os atores parecem se esquecer de que existe um grande microfone em cima deles e insistem em gritar em cena, como se tivessem que atingir ao espectador da última fileira. A direção também privilegia estranhamente planos gerais, uma decisão completamente errada.

Os diálogos são sofríveis e as situações completamente artificiais. O elenco, para completar a desastrosa e infantil direção de Góes, está muito caricato, principalmente Adriana Esteves e Cássio Gabus Mendes. Talvez a história até pode funcionar nos palcos cariocas, mas pelo material visto, acho difícil. Mas provavelmente gerava mais risadas do que este esqueleto de comédia.

Sunday, August 27, 2006

Assombração



ASSOMBRAÇÃO

“Gwai wik” (2006, HKO) de Oxide Pang Chun, Danny Pang. Com Angelica Lee, Qiqi Zeng, Lawrence Chou, Siu-Ming Lau, Rain Li, Jetrin Wattanasin.



Um dos melhores momentos de “Buenos Aires 100km”, exemplar da nova safra do cinema argentino é quando foca na história de mesmo título que a personagem principal, um garoto de 11 anos escreve em seu caderno. Por pressão dos amigos e conhecidos que lêem, o conto acaba virando um terror bastante nonsense, o que se torna interessante dentro da narrativa, já que reforça que apesar de ser uma criança atarefada e sob pressão, prestes a sofrer com a vida e seus problemas, ainda era uma criança.

Pois bem, os irmãos Pang não são mais crianças. Não vale então, uma história beirando o patético, que tem uma cena sem noção atrás de outra. O roteiro é fraquíssimo, apelando para soluções sem pé nem cabeças, complicando a intricada trama. Tentando gritar que é criativo, parece perdido entre um quero-ser-texto de Charlie Kauffman e um quadro do francês Henri Matisse compondo o visual, sem nenhuma direção certa.

Parece que os roteiristas (Cub Chin, Sam Lung, Thomas Pang e os dois irmãos Pang) não tinham um plano quando começaram a escrever o filme, e deixava cada cena levar à próxima, produzindo enormes buracos de roteiro e situações absurdas (no mau sentido). Talvez eles pensaram que se em “Magnólia” podia cair sapos no meio da rua, aqui podia cair corpos. Mas não, lá tinha explicação. Aqui é só um jeito de atrair a atenção do público, quando eles não conseguiram pensar em algo melhor.

A direção de arte ajuda nos propósitos (bestas) do filme e é o destaque do longa, que conta com algumas cenas visuais interessantes (como a da mulher e sua neta no elevador), mas que se perdem no próprio significado, conferindo uma nulidade ao conjunto. A fotografia é de causar horror, mudando de tons e cores sem explicação, às vezes na mesma cena, nunca imprimindo um visual adequado ao filme, auxiliada por uma trilha sonora típica dos filmes de terror.

Se as atuações não chegam a ser um desastre, elas não podem fazer nada com o material, sendo completamente desperdiçadas. A direção dos cultuados irmãos Pang (do brilhante “The Eye”), é muito irregular, sem sentido. Histórias se perdem e as soluções dadas para o mundo fantasioso são as mais ridículas possíveis, entrando em contradição continuamente. Um horror de filme, e não um filme de horror.



Protegida por um Anjo



PROTEGIDA POR UM ANJO


“Half Light” (2006, ALE/RUN) de Craig Rosenberg. Com Demi Moore, Hans Matheson, James Cosmo, Kate Isitt, Therese Bradley, Beans El-Balawi, Henry Ian Cusick, Mickey Wilson, Joanna Hole

“Protegida por um Anjo” parecia ser apenas um caso de “olha como somos criativos” por parte dos tradutores brasileiros, que adoram títulos mirabolantes. Mas parece que todo mundo envolvido nesse filme gosta de coisas mirabolantes. Só assim para explicar como alguém pode entrar nessa barca furada, que em um ano de comédias que são um verdadeiro terror, é um dos lançamentos mais engraçados.

Talvez Rosenberg, diretor e escritor, quis fazer uma comédia e especialistas do futuro com mentes mais avançadas vão finalmente enxergar isso, e o filme vai entrar direto na lista dos melhores e mais inteligentes do século. Só assim para explicar como consegue arrancar tantas risadas do espectador que achava que estava numa sessão de suspense.

Como Demi Moore, uma atriz de primeiro escalão foi parar nisso (que nem chegou aos cinemas americanos) é um mistério. Ela interpreta uma escritora de sucesso, cujo filho morreu em um acidente doméstico. O casamento entra em crise e oito meses depois por sugestão de sua melhor amiga jornalista ela vai para uma pequena vila escocesa para ter paz, combater o bloqueio criativo e finalmente tocar a vida.

Mas suas visões com o filho não ajudam em nada. O que poderia ser um bom drama cai no patético logo nas primeiras cenas, em que tenta implantar um toque sobrenatural, ajudado por alguns dos habitantes falando em um dialeto, quase como em segredo, tramando algo contra a pobre heroína.

O roteiro é ridículo, falhando em todas as frontes: no drama, no mistério e no romance. O que dizer da cena em que após ouvir que o filho morto está tentando se comunicar com ela, ver uma mensagem dele, e a ponto de ter um colapso nervoso ela vai se encontrar com seu interesse amoroso para ser consolada... e fazem sexo, tudo ficando às mil maravilhas. E o filho morto, as mensagens, a ansiedade? Ah era na cena anterior, não importa.

Tentando ser inteligente e com pinta de um filme “complicado”, uma das piores reviravoltas já vistas no cinema aparece no final, e acaba é complicando mesmo a situação do espectador, pois não teve um anjo que o protegesse de assistir a esta bomba.


PS: A melhor coisa do filme é outro filme. Em uma cena, um casal assiste pela televisão o clássico do horror britânico, "Na Solidão da Noite" ("Dead of Night"), filme de episódios. O exibido é o mais famoso, sobre um ventríloquo que ganha vida, dirigido pelo brasileiro Alberto Cavalcanti. Para mim, o melhor filme de terror de todos os tempos.

Wednesday, August 23, 2006

Confidências à Meia-Noite



CONFIDÊNCIAS À MEIA-NOITE


"Pillow Talk" (1959, EUA) de Michael Gordon. Com Rock Hudson, Doris Day, Tony Randall, Thelma Ritter, Nick Adams, Julia Meade, Allen Jenkins, Marcel Dalio, Lee Patrick, Mary McCarty e Alex Gerry.




Eu já tinha visto há três anos atrás dois dos filmes protagonizados por Rock Hudson e Doris Day: “Volta, meu Amor” (1961, Delbert Mann) e “Não me mandem Flores” (1964, Norman Jewison). Gostei bastante de ambos, comédias leves, e mesmo que em momentos bem bobas, na maioria das cenas eram engraçados. Mas o que mais tinha vontade de ver, era “Confidências à Meia Noite”, por ser o com melhores críticas e justamente por ser o primeiro da “trilogia”.

Pois bem, finalmente quando comecei a ver este filme, parecia que todas as previsões seriam cumpridas. Começou logo energético, com a contagiante música “Pillow Talk” durante os créditos. Porém, os próximos 15 minutos não mais serviram para me desapontar. Tudo soava falso, artificial, e não de propósito. Parecia uma paródia de um gênero, que não era paródia e sim, a obra que marcou todo o gênero e eu simplesmente não conseguia entender porque era tão cultuado. Mas depois, Gordon conseguiu impregnar um bom ritmo ao filme, ajustou todas as personagens e suas histórias e as coisas só foram melhorando, até o final chocho e resolvido de forma rápida e apressada (justamente como em “Volta meu Amor”).

O roteiro escrito por Maurice Richlin e Stanley Shapiro tem boas sacadas, faz um bom retrato da época em que muitas pessoas em Nova York tinham que dividir o telefone por causa de poucas linhas e ainda consegue criar uma boa energia, culminando até o clímax, mas ganhar o Oscar como melhor roteiro original na edição de 1960 foi um crime, considerando os quatro competidores: “Morangos Silvestres” de Ingmar Bergman, “Os Incompreendidos” de François Truffaut, “Intriga Internacional” de Alfred Hitchcock e o brilhante “Anáguas à Bordo” de Blake Edwards, todos muito melhores.

Doris Day recebeu pelo filme sua única indicação ao Oscar e provavelmente por causa disso foi esnobada no ano seguinte quando realmente merecia pelo papel dramático em “A Teia da Renda Negra”. Aqui ela está encantadora como a eterna virgem, e tem um excelente timing cômico, só decaindo no finalzinho (por culpa do roteiro). Faz uma dupla quase perfeita com Rock Hudson, que aqui mostra que também poderia fazer muito bem comédia, principalmente quando entra na pele do texano Rex e tem uma cena clássica, principalmente pelos bastidores.

Thelma Ritter, uma das favoritas dos cinéfilos e Tony Randall, presença constante nos filmes de Day e Hudson roubam as cenas em que participam, sendo que Randall tem mais cenas, e tem a melhor atuação de todo o filme, como o milionário rejeitado pelas garotas e com complexo de inferioridade. Mas Ritter conquistou uma indicação ao Oscar como atriz coadjuvante. A trilha e a direção de arte também foram indicadas.

A montagem é ágil e Gordon tem uma direção excelente, fazendo pleno uso da tela em Cinemascope, dividindo muitas vezes a tela em duas, para mostrar Day e Hudson, e em alguns momentos dividindo em três, nos fazendo pensar em como se perderia muito do filme, se mostrado em Tela Cheia, como sempre faz a TV Aberta e a maioria das versões em vídeo. Em uma cena em especial, esta divisão atinge o ápice. É quando os dois estão em suas banheiras e ao encostar os pés na parede, eles parecem se tocar, como se ambos estivessem contracenando na cena.

As músicas são de primeira qualidade, em especial “Pillow Talk”, “Rolly Poly” e as várias versões de “Inspiration”, apesar de Day desgostar de todas. Ela viria a repetir este tipo de papel, por toda a década de 60, recebendo o apelido de “A virgem mais velha do mundo”. Mas este filme continua sendo o auge de sua carreira (ela está viva, com 82 anos apesar de não aparecer na telona desde 1968), e junto com “Corações Enamorados” (“Young at Heart”, 1954, EUA) de Gordon Douglas, as melhores comédias românticas de sua carreira. Um filme do tipo (por bem ou por mal) que não é feito mais e merece ser visto e reverenciado.

Sunday, August 20, 2006

As Pontes de Madison



AS PONTES DE MADISON

"The Bridges of Madison County" (1995, EUA) de Clint Eastwood. Com Clint Eastwood, Meryl Streep, Annie Corley, Victor Slezak, Jim Haynie.



“The old dreams were good dreams; they didn't work out, but glad I had them.”, Robert Kincaid (Clint Eastwood)

Já li alguns textos que exaltam Antes do Amanhecer por ser um filme que nos permite testemunhar o nascimento do amor entre duas pessoas. Nunca percebi isso no filme. Já outro filme de 1995 permite esta constatação de forma madura, real e palatável. As Pontes de Madison é provavelmente o melhor filme de Clint Eastwood, com todos os riscos que esta afirmação pode trazer. Quase 10 anos antes de Menina de Ouro, que lhe deu o segundo Oscar de direção, o durão protagonista de muitos faroestes e filmes de ação cheios de testosterona, já mostrava ser um sensível criador, capaz de criar planos belíssimos e contar uma história vinda do coração.

Justamente por nos contar o final logo nas primeiras cenas, o filme pode se concentrar no que realmente importa, sem criar suspense da decisão da personagem principal, Francesca, uma imigrante italiana. Vivida por Meryl Streep, ela é uma war bride, como são conhecidas nos Estados Unidos as mulheres européias que conheceram soldados americanos durante a segunda guerra e foram para a América com eles.

O ano é 1965, e quando o marido Richard e os dois filhos (Steve de 17, e Carolyn de 16) vão passar quatro dias em uma feira estadual, a dona-de-casa terá tempo para ficar sozinha. O que estava parecendo ser uma semana de descanso, se transforma na mais intensa de sua vida, já que um fotógrafo da National Geographic, Robert Kincaid está na região para uma matéria sobre as pontes cobertas de condado de Madison.

Em uma carta deixada para os filhos no testamento, logo nas primeiras cenas do filme, Francesca já deixa claro que o caso foi intenso, o suficiente para encher três diários. O roteiro, escrito por Richard LaGravenese, é cheio de lindos diálogos e situações encantadoras, nunca deixa cair para o melodramático, apesar das lágrimas serem praticamente inevitáveis.

O grande mérito do filme, porém é da direção, que retirou partes desnecessárias e de certa forma histéricas, transformando o longa numa bela poesia visual. A opção por viajar entre o passado e presente parece desnecessária e irritante a princípio, mas revela uma nova faceta fascinante do filme, mostrando como a história da mãe afeta os filhos, enriquecendo ainda mais sua trajetória.

Clint Eastwood entrega uma atuação fantástica, e justamente por não ser um galã, assumindo sua idade e corpo já gasto, o romance funciona. Nada ali é girado pela paixão física, pela luxúria, e sim pelo amor e pela troca de sentimentos, criando uma ligação inquebrável. Mas Eastwood, diretor também sabe que o filme não é de Eastwood, o ator, e sim de Meryl Streep.

Ela dá um show em todas as cenas, e nas que ocupa sozinha a tela, parece que Eastwood conseguiu trabalhar melhor, e algumas delas são memoráveis: Aquela em que ela abre o roupão na varanda ao fim da primeira noite, ou nas em que ela quase vacila, como quando assiste pela janela Robert se banhar, ou quando sente vontade de abrir a porta do banheiro e principalmente no dilema surgido ao telefone tocar.

As cenas nas pontes também são de um esplendor, mas nada supera a seqüência da chuva, de uma beleza que palavras não podem explicar. Streep declarou que ao criar sua personagem, pensou em uma vizinha, também uma war bride, e conseguiu prestar uma bela homenagem. Ao assistir Francesca lembrar seus sonhos, contar suas desilusões e voltar a sentir o que ela acreditava não existir mais, ou seja, voltar a viver uma vida completa e com um prazo de validade, Streep e Eastwood criam uma conexão com o espectador. Essa história pode ser a da sua mãe ou da sua avó, aquela mulher boazinha com quem você nunca esperaria algo de emocionante acontecesse. Ou pode acontecer com você no futuro. Este é o poder de As Pontes de Madison. Tudo ali é real, sendo impossível não se emocionar com as personagens.


“And in that moment, everything I knew to be true about myself up until then was gone. I was acting like another woman, yet I was more myself than ever before”, Francesca Harris (Meryl Streep)

Sentinela

(publicada na edição de hoje do jornal Folha da Manhã)



SENTINELA

"The Sentinel" (2006, EUA) de Clark Johnson. Com Michael Douglas, Kiefer Sutherland, Eva Longoria, Martin Donovan, Ritchie Coster, Kim Basinger e David Rasche.


Pela presença de Kiefer Sutherland, astro da série de ação revolucionária "24 Horas" e Michael Douglas, um ator mais sério que digamos, Harrison Ford, esperava-se que "Sentinela" ("The Sentinel", 2006, EUA) de Clark Johnson ia ser um competente filme de ação e na medida do possível inteligente, como era "O Fugitivo" e "Fogo Contra Fogo", de Michael Mann. Pois bem, não é. É a mesma fórmula de sempre, desgastada e aqui ainda quase paralítica, já que a ação só começa no final do segundo ato.

Aqui, Douglas, interpreta o homem responsável pela segurança da primeira-dama dos Estados Unidos, vivida por Kim Basinger. Mulherengo, já viu transformar seu melhor amigo (Sutherland) em inimigo quando pulou a cerca com a mulher dele. Desta vez, sua conquista foi a esposa do homem mais poderoso do mundo.

Como em todo filme ruim (ou neste caso, regular) fica a impressão de que se tomasse outro caminho, poderia ser ao menos interessante. Aqui, ao invés de uma ação boba e repetida pela centésima vez, seria mais adequado discutir os problemas que teria esse caso, não somente ético e moral, mas principalmente político.

Mas o perigo é que assim, o público-alvo seria completamente diferente. Dane-se a qualidade e louvemos a bilheteria. O problema (para os produtores) é que o público mudou e quer ver novidades. A prova disso foi o pífio lucro deste filme nos Estados Unidos, não passando números de US$ 36 milhões - números baixíssimos, considerando a presença de quatro grandes estrelas na produção (a outra é Eva Longoria do melhor e mais popular seriado do momento, "Desperate Housewives").

A montagem é problemática, usando e abusando de flashes para revelar que entre várias ameaças para assassinar o presidente dos EUA, uma parece ser séria e com fundamento. Um funcionário do Serviço Secreto está envolvido, e isso é aparentemente importante, já que, (oficialmente) seria um feito inédito.

A personagem de Douglas consegue com seu informante, pistas sobre a identidade deste vilão (para alguns, é claro). Mas era tudo na verdade um complô para incriminar Douglas, e quem cai nessa é Sutherland, encarregado de investigar todo este mistério, ao lado da policial novata de Longoria.

O problema é que é muito lengalenga e quando chega na hora que interessa de verdade, já está perto dos créditos finais. Assim, o final é muito mal resolvido, e decepciona àqueles que até estavam gostando do filme. E aliás, sabe quantos anos Michael Douglas tem? 61. Até quando esses sexagenários vão ficar correndo que nem gente de vinte e poucos anos? Afinal, ninguém mais agüenta.

Saturday, August 19, 2006

A Razão do Meu Afeto



A RAZÃO DO MEU AFETO



“The Object of My Affection” (1998, EUA) de Nicholas Hytner. Com Jennifer Anniston, Paul Rudd, John Pankow, Alan Alda, Alison Janney, Tim Daly, Nigel Hawthorne, Steve Zahn, Amo Gulinello, Marilyn Dobrin e Kevin Carroll

Deliciosa e competente comédia romântica, mostrando que Jennifer Aniston já provava mesmo durante o ápice de “Friends” que ela tinha como sustentar uma carreira após o programa, como vêm comprovando nos últimos anos. Aqui ela interpreta Nina, uma assistente social, que convida George (Paul Rudd), um professor de primeira série para dividir seu apartamento, depois que ele é dispensado por seu namorado. Os dois acabam se apaixonando, o que vira um problema quando ela aparece grávida e ela pede para ele ser o pai do bebê.

Com um texto leve, mesclando na dose certa, comédia, drama e romance, “A Razão de meu Afeto” é surpreendente, tratando suas personagens bem, principalmente com George, um gay não estereotipado, ou até outras soluções que seriam fáceis, como renegar a John Pankow, um papel de vilão, como o noivo de Nina, Vince. O roteiro de Wendy Wasserstein também merece crédito por não cair nos vários clichês que poderiam existir, apesar de por vezes, esbarrar neles, e chegar a um final que apesar de algumas incoerências, não soa tão mal considerando que é o velho “todos terminaram felizes para sempre”.

A dupla central está sempre em controle de suas personagens, cativando o público e não deixando a peteca cair. Rudd consegue transparecer bem seu conflito interno, já que apesar de querer mais do que tudo cuidar de sua própria criança e não de filhos dos outros, não consegue abandonar sua vida afetiva e se dedicar 100% à Nina, vivida por uma ótima Anniston, que por sua vez não sabe o que fazer e quem escolher para ter uma vida feliz, mas principalmente verdadeira.

O elenco está ótimo como um todo, e os coadjuvantes quase roubam as cenas em alguns momentos, como o casal da alta sociedade interpretado por Allison Janney e Alan Alda, um agente literário que assina com nomes desde Fidel Castro a Sharon Stone. Mas de longe o melhor ator do filme é Nigel Hawthorne, como o crítico teatral que tem de longe o melhor papel do filme, com algumas cenas em que sem nenhum diálogo consegue transparecer uma gama de emoções intensa.

Grande parte do sucesso do filme recai sobre os ombros do diretor Nicholas Hynter, que consegue além de uma coesão por parte do elenco, equilibrar o roteiro, propondo questões às personagens (e de quebra, ao espectador), sobre o significado do amor e de como qualquer relação pode suportar à longa distância. Em parceria com o diretor de fotografia Oliver Stapleton realiza, ainda, grandes tomadas com a cidade de Nova York como pano de fundo, ajudando a situar um microcosmo bem particular desta cidade no âmbito físico.

Já no âmbito emocional, mostrar a música “You Were Meant for me” de Gene Kelly, no filme “Cantando na Chuva”, se mostra uma decisão acertada, já que além de ser uma música maravilhosa (e o filme apresentado ser uma obra-prima) cria uma maior ligação com as histórias de amor feitas nos anos 50 e 60, e assim, validando (perfeitamente) toda a trama apresentada durante o longa, como um verdadeiro romance.

Jardim do Pecado



JARDIM DO PECADO

“Garden of Evil” (1954, EUA), de Henry Hathaway. Com Gary Cooper, Susan Hayward, Richard Widmark, Hugh Marlowe, Cameron Mitchell, Rita Moreno e Víctor Manuel Mendoza.

Ao assistir a um filme de Henry Hathaway não se deve esperar uma obra-prima, mesmo que em uma longuíssima carreira ela pode ter nascido em algum ponto. O que se poderia (e deveria) esperar era um filme bem feito, que nas mãos de um diretor menos talentoso, seria uma bomba, mas nos filmes dele eram ao menos interessantes e regulares e ocasionalmente bons.

Por isso talvez seja fácil constatar tamanhas falhas em “Jardim do Pecado”, trabalho seu de 1954 com um elenco cheio de estrelas: Gary Cooper, Susan Hayward, Richard Widmark, Hugh Marlowe e Rita Moreno, em uma ponta. Para se ter uma idéia a personagem melhor construída aparece por poucas cenas, deixando uma falsa promessa de uma relação com as outras personagens, que poderia ter salvo o filme.

Cooper interpreta Hooker, um cara misterioso, mas aparentemente justo, que lidera junto com o jogador profissional de cartas Fiske (Widmark) e o jovem e temperamental Luke Daly (Cameron Mitchell), americanos obrigados a passar alguns dias numa cidade mexicana, que aceitam uma alta recompensa, junto com o mexicano Vicente (Víctor Manuel Mendoza) para seguirem Leah Fuller, personagem de Hayward, cujo marido está preso numa mina de ouro.

Não pense que nenhum dos quatro é bondoso, e tem como principal preocupação a saúde do Sr. Fuller. O que eles mais querem mesmo é a possibilidade de ouro fácil, justamente, o que esperava no destino original das personagens, a Califórnia. Mas um acidente de navio os forçou a descerem a bordo mais cedo que o esperado, algo que iria mudar a vida de todos.

Cooper está bem como sempre, e junto com Marlowe são os destaques do filme. Hayward, apesar de competente, não sabe para onde levar a sua personagem, que com certeza seria muito mais atraente, e interessante se seguisse pelo caminho de uma femme fatale, o que chega a ser implícito em algumas cenas, mas sempre o roteiro fraco de Frank Fenton, faz ela voltar atrás e mostrar sinais de ser uma boazinha.

Widmark por sua vez, é um desperdício, deixando a sua personagem bastante unidimensional, e Mitchell consegue fazer um trabalho ainda pior. O filme, feito originalmente em Cinemascope perde muito do seu brilho na telinha, e a fotografia muda bastante de tom, ora escura, ora mais clara, mas em alguns momentos, como na cena final, está estonteante.

O Libertino



O LIBERTINO

“The Libertine” (2004, RUN) de Laurence Dunmore. Com Johnny Depp, John Malkovich, Samantha Morton, Kelly Reilly, Rosamound Pike, Tom Hollands, Rupert Friend, Jack Davenport, Richard Coyle, Francesca Annis, Jack Davenport, Trudi Jackson, Paul Ritter, Claire Higgins.

Logo no começo do filme, em uma espécie de prólogo, a personagem principal John Wilmot segundo Conde de Rochester vira para a câmera e solta um monólogo, que inclui: “Vocês não irão gostar de mim. Os homens sentirão inveja e as mulheres repulsa”.

Durante boa parte do filme, porém, o roteiro de Stephen Jeffreys (baseado em sua própria peça) desmente seu argumento inicial. Apesar de ser uma pessoa realmente repulsiva, Wilmot é tratado ainda de uma forma positiva, como se houvesse um medo em inovar mais, e criar um retrato mais fiel e completo do protagonista.

A direção também contribui em certas cenas (como no da orgia), e em determinada seqüência, na qual ele se dirige ao parlamento, com a face cheia de sequelas. Ao invés de se focar nisso, efetuando um belo contraste, o diretor prefere manter Depp com a cara abaixada, como se quisesse suavizar o momento.

Apesar disso, Laurence Dunmore acerta em sua estréia na direção, evitando manter a câmera parada, sempre carregando ela na mão, decisão arriscada para filmes de época. Porém, uma das seqüências mais belas, é justamente quando ele não usa este processo, quando percorre o teatro com uma steady cam.

No elenco, Samantha Morton não convence como a atriz Elizabeth Barry, protegida de Wilmont, personagem de Johnny Depp. Este sim, dá mais uma vez um show de intepretação, assim como John Malkovich, sempre talentoso que desta vez liga o automático. Ele interpreta o Rei Charles II, que Wilmot, um dos mais célebres escritores do século XVII do exílio para escrever uma importante peça teatral, que acaba nunca se concretizando.

Ao invés disso, sua vida de promiscuidade, com muito sexo e muita bebida, acaba o levando a um novo e inevitável confronto com o soberano.

A parte técnica é bastante competente, passando pela direção de arte de Ben Van Os, a fotografia de Alexander Melman, que conta com uma iluminação à base de velas, e principalmente à trilha de Michael Nyman, que em grande parte do filme auxilia a direção, guiando o filme através de suas cenas.

Mesmo com algumas falhas e um certo puritanismo, já que não consegue chocar, como Wilmot fez em seu tempo (basta ver a encenação de sua peça), e não cumprir com o aviso inicial, o filme é competente graças ao talento do seu diretor e a ajuda do elenco.

Thursday, August 17, 2006

Em Segredo



EM SEGREDO

“Grbavica” (2006, AUT/BOS/ALE/CRO). De Jasmila Zbanic. Com Mirjana Karanovic, Luna Mijovic, Leon Lucev, Kenan Catic, Jasna Beri, Dejan Acimovic, Bogdan Diklic, Emir Hadzihafisbegovic, Ermin Bravo e Jasna Zalica.

Que filme covarde é esse. Como Alfred Hitchcock salientou, existe uma grande diferença entre surpresa e suspense. Para ele o suspense não estava ligado ao medo e sim à emoção. Emoção. É justamente esta palavra que falta em todas as personagens e situações neste drama que se passa na Bósnia-Herzegovina e foi o último vencedor do Urso de Ouro em Berlim.

A trama caminha em torno de um filme de relacionamento entre mãe e filha. Esma (Karanovic) e Sara (Mijovic), moram em Grbavica, bairro de Sarajevo, capital do país. A ação se passa após a guerra dos Bálcãs que devastou toda a área. Mesmo com muitos anos de distância, desde o fim do conflito, as pessoas ainda vivem com os horrores da guerra na mente e tentam seguir a vida sem a presença de muitos familiares e amigos.

Mas se existe alguma coisa “boa” disto tudo, é o orgulho dos filhos de poderem dizer “meu pai é um mártir”. Assim se sente Sara, que repete esta frase, mesmo com tristeza de um encontro não existente e acaba por conta disso fazendo amizade com um rapaz, cujo pai também foi morto na linha de frente.

Uma cena, talvez seja a mais bem feita de todo o longa, é exemplar da falta de relação entre pai e filha, que muito provavelmente é mais forte do que se ele fosse vivo, tomando como ela trata a mãe. Em um restaurante, a mãe diz que o mais a lembra do pai na jovem é seu cabelo, e pode-se ver que como num passe de mágica, virou a parte favorita de seu corpo. Isto, aliás, vai desencadear uma também importante cena ao final, quando é descoberto o tal segredo do título.

Precisando de 200 euros para uma excursão de Sara com a turma do colégio, a mãe parte para todas as frentes em busca do dinheiro. Mas, como forma de auxiliar a turma, o diretor diz que aqueles que levarem o certificado de que o pai foi um mártir, não precisa pagar.

Logo quando a mãe sabe disso e é logo no início do filme, o tal segredo se esfarela no ar: O pai não é mártir coisa alguma. Qualquer espectador descobre isso rapidinho. Mas talvez a diretora estreante Jasmila Zbanic não tenha contado este fato à personagem de Esma, que em momento algum parece viver com este fato.

Voltando a fala de Hitchcock, ao invés de investir no suspense, aqui se alimenta a surpresa, que em nenhum momento se cria. Se botasse a cena em que acontece finalmente a conversa da verdade logo no começo do longa, e assim, desenvolvesse as personagens, poderia fazer jus ao título que recebeu no festival alemão. É como se Zbanic acreditasse que se revelasse o drama de Esma, mesmo se fosse para alguma amiga ou o potencial namorado (e assim ainda continuar com uma possível carga dramática para o clímax entre mãe e filha) estaria estragando toda a experiência ao espectador, quando justamente é o contrário.

Almejando retratar a vida das mulheres que não foram lutar, mas sofreram psicologicamente e estruturalmente com o horror da guerra, não avança neste campo, já que fica tudo muito ao acaso e acaba não dando atenção a nenhuma delas, com exceção da protagonista.

Sem nenhuma relação mais forte e complexa, aqui resta o contraponto entre a mãe dedicada e sofrida e a filha mimada e exigente. As personagens coadjuvantes não são aproveitadas e não merecem a atenção do espectador, com exceção de uma conversa poderosa envolvendo um carro, o que leva à fala: “É incrível como as pessoas eram melhores durante a guerra”, ou seja, o pós-guerra e suas complicações (políticas, financeiras e pessoais) são mais cruéis do que a própria guerra em si. Interessante idéia, mas uma pena que não foi trabalhada.

Tuesday, August 15, 2006

A Noiva Estava de Preto



A NOIVA ESTAVA DE PRETO


“La Mariée était en noir” (1968, FRA/ITA), de François Truffaut. Com Jeanne Moreau, Michel Bouquet, Jean-Claude Brialy, Charles Denner, Claude Rich, Michael Lonsdale, Daniel Boulanger e Christophe Bruno.



Os dois volumes da série de Quentin Tarantino “Kill Bill” estão entre os filmes mais interessantes feitos na nova década, e em especial o primeiro, que certamente tem lugar na lista dos melhores, além de ser meu Tarantino favorito. Mesmo assim, não serve como exceção para a regra “refilmagens nunca são melhores que os originais”. Quer uma prova? Assista a um dos menos conhecidos trabalhos de Truffaut, “A Noiva Estava de Preto”.

Em um clima Hitchcockiano, nunca desmerecendo o grande mestre do suspense, são criadas seqüências de literalmente tirar o fôlego. A saga da esposa que quer eliminar aqueles que mataram seu marido na porta da igreja logo após o casório, é apenas explicado aos poucos e de uma forma bem mais discreta, não chegando perto do tom sanguinolento de “Kill Bill”. Na verdade, nem uma gota de sangue é derramada, mas algumas cenas são especialmente chocantes.

Tarantino alega nunca ter visto o filme francês, nem ter lido o romance de Cornell Woolrich, fonte original da história, mas a comparação é inevitável, já que possui várias similaridades (a vingança contra os cinco homens, cujos nomes estão em uma listinha, que mataram seu noivo/marido na porta da igreja e vários outros detalhes). E se a comparação é inevitável o clássico dos anos 50 ganha disparado.

Aqui o quebra-cabeça é montado aos poucos, com calma e elegância. Também há um melhor tratamento das personagens, muito melhor trabalhadas. Suas características são bem mais humanas, e assim, é criada quase que uma condenação à toda espécie humana, explicitada em duas cenas específicas: Na recriação dos bastidores do assassinato original e principalmente, na participação do padre.

Heróis e vilões se confundem, seus conceitos praticamente não existem. Heróis podem realizar atos de vilania e vilões também podem se transformar em heróis, misturando as duas características, teoricamente distintas, mas na prática, separadas por uma linha tênue. Isto é uma forte caracterísitca da presença de Truffaut, já que Hitchcock não faria um dos dilemas morais mais instigantes, o de intereferir amor e vingança, como acontece em certo momento da trama.

Jeanne Moureau pode não vestir as roupas já clássicas de Uma Thurman, mas possui algo mais importante: Uma personagem mais forte, inclusive em seu nome, só dito uma vez em todo o longa. A cada novo passo vamos compreendendo-a melhor, uma mulher de mente fechada, com poucas palavras e obstinada em seu objetivo. A cena em que ela brinca com o menino é sublime (e toda a seqüência que envolve esta cena é, disparada, a melhor e mais emocionante do filme), uma aula de interpretação. O filme tem a ajuda de ótimos coadjuvantes (em especial Michel Lonsdale), mas é a presença de Moureau que dá o filme o tom verdadeiro que necessita para atingir o espectador.

Assim como Hitchcock fez oito anos antes em “Psicose”, Truffaut nos engana com uma personagem principal falsa, que nos leva à verdadeira protagonista. A montagem auxilia bastante na criação do clima claustrofóbico da fita. A trilha de Bernard Hermann é excelente, um de seus melhores trabalhos, em uma vasta e brilhante filmografia, guiando o espectador até o poderoso final, que só confirma a excelência de todo o longa. Certamente, um dos melhores filmes do diretor e possivelmente, da história do cinema.


>>> Em cartaz no Telecine Cult. Próxima exibição: Dia 16 de agosto, às 18h.

Monday, August 14, 2006

Queria lançar esse blog só quando tivesse 100% pronto, em formatação, lugar de links, etc. Mas como pode demorar uns dias a mais e eu estou ansioso para postar os textos logo. Esse blog vai ser só de cinema enquanto o Sound of Silence fica para mais coisas...

Portanto em poucos minutos... A abertura oficial do Cinema Mon Amour. Sejam bem vindos!