Princesas

PRINCESAS


"Princesas" (2005, ESP) de Fernando León de Aranoa. Com Candela Peña, Micaela Nevárez, Mariana Cordero, Llum Barrera, Violeta Pérez, Monica Van Campen, Flora Àlvarez, María Ballesteros, Luis Callejo, Alberto Ferreiro.

Princesas é o filme seguinte ao excelente Segundas-Feiras ao Sol, que levou a Aranoa a um semi-estrelado entre os cinéfilos. Seu novo filme era muito aguardado. E decepcionou em partes. Enquanto alguns momentos chegam perto do brilhantismo de seu trabalho anterior, muitos clichês inviablizam a pathos da trama.

A história que a princípio parece tratar da realidade sobre o mundo das prostitutas vira logo uma batalha para a busca dos seus sonhos, se tornando muito infantil para seu tema. A parte do cliente que abusa da prostituta dominicana (Nevárez) por exemplo, parece saída de inúmeros filmes americanos. Fama é um que me vem a mente agora.

A montagem é truncada, e deixa o filme muito pesado, com subplots desnecessários e que nem se autodesenvolvem, como o drama da mãe de Caye (Peña), personagem principal. Aliás, ainda nesse núcleo, Araona chega a irritar com o uso constante do celular, como se fosse para mostrar "Perigo! Perigo!" já que o espectador sabe que é um cliente ligando para marcar um encontro. Será que ela nunca ouviu de alerta vibrador?

As atrizes estão todas muito boas e se há alguma razão para assistir ao filme é por conta delas, em especial Peña, Nevárez e Pérez. Já as personagens masculinos ou ficam presas a estereotipos (como o cara atrás da prostituta) ou são menosprezados, como o interesse romântico de Caye, uma narrativa nunca realmente procurada, explicitar as dificuldades amorosas de uma prostitua.

O filme esbarra em temas importantes, como imigração, racismo e prostituição, mas nunca os aborda de verdade. Anda mais no terreno de Uma Linda Mulher do que no do próprio Segundas-Feiras ao Sol, este sim, um estudo sério sobre os problemas da nação. Nem precisava ser drama pesado. Mesmo com uma faceta bem humorada e leve poderia dar certo. Mas infelizmente não deu.