Salvador

SALVADOR


“Salvador” (2006, RUN/ESP) de Manuel Huerga. Com Daniel Brühl, Tristán Ulloa, Leonardo Sbaraglia, Leonor Watling, Ingrid Rubio, Celso Bugallo, Olalla Escribiano, Carlota Olcina, Bea Segura, Andréa Ros, Jacob Torres.

Salvador é a história real de Salvador Puig Antich, que foi a última vítima da pena de morte com garrote na Espanha em 1974 e tem o papel principal defendido por Daniel Brühl, espanhol de nascimento, apesar de ter feito fama no cinema alemão. Ele é a força-matriz de um ótimo elenco, que sustenta muito bem a história na segunda parte e dá consistência a seu drama.

É incrível como parecem dois filmes presos em um. O primeiro, fraco, não saindo do lugar comum de filmes de assalto, com todos pontos negativos possíveis e imaginários: flashback exagerado, voz em off sendo usado em demasia, afundando o ritmo narrativo, etc. Mas quando retorna daonde começou, com Salvador contando sua história para o seu advogado, vira um forte drama sobre os momentos dele na prisão, com o relacionamento com um guarda, sua falta de relacionamento com o pai, sua consciência política e o desespero por ver a hora de morrer se aproximar.

A montagem é fraca, deixando o filme se alongar bastante e tentando maquiar atos preguiçosos do roteiro na primeira parte, reduzindo tudo por uma narração. Huerga em seu segundo longa tem bons momentos (a tensão causada na meia hora final é incrível), mas ainda comete muitos erros amadores.

Por causa da eficiente parte final e uma fortíssima cena que é para dar um nó na garganta, se tem uma impressão bem melhor do filme, tanto que quando personagens recorrentes no começo do longa reaparecem quase no final, parecem estar muito deslocados. Pode não chegar a ser muito bom, o que é uma pena, dada a qualidade de certas seqüências. Mas não deixa de ser bom.